Muitos
pais e profissionais ficam em dúvidas sobre os transtornos de aprendizagem que
afetam as crianças. Entretanto, é preciso saber que há diferenças consideráveis
entre elas. Vale citar aqui os pontos que diferem o autismo e o asperger.
Entendendo as diferenças
Para
começar, é importante dizer que o autismo é um transtorno de desenvolvimento
que leva ao comprometimento global da interação social com comportamentos
repetitivos e restritos, além de problemas de comunicação social.
Por
outro lado, mesmo que o portador da síndrome de asperger também possa
apresentar essas características, o que difere é a intensidade, a profundidade
e a gravidade dos sintomas entre os dois transtornos. O autismo leva a um
comprometimento de linguagem, de comunicação, além de aspectos que dizem
respeito à sensibilidade, ao ato alimentar e ao sono. Isso leva o autista a
enfrentar tudo de forma severa e, por isso, depende de uma interação maior dos
responsáveis.
O
asperger, por sua vez, é o contrário, pois os sintomas são relativamente mais
brandos e a pessoa fala muito bem, pode se expressar de forma rebuscada. A
criança consegue ser mais independente, embora apresente comportamentos
‘estranhos’, no que diz respeito à interação social.
Diagnósticos em tempos diferentes
Outra
diferença que podemos pontuar é que o autismo é percebido de forma precoce,
quando a criança está com aproximadamente um ano, um ano e meio até 3 anos de
idade. Uma característica marcante, no entanto, é o fato de o autista não
apresentar reciprocidade, além de não estabelecer comunicação visual.
O
asperger apresenta outro quadro, a começar pela manifestação que o transtorno
se dá: tardiamente; quando a criança começa a manifestar a interação natural
para a idade dela. Aliás, a percepção é mais difícil por isso, uma vez que
depende de estágios do desenvolvimento da criança para que possa
ser feito o diagnóstico. Lembre-se: o asperger é um quadro mais tardio.
Importante!
Crianças
com autismo tendem a demonstrar mais desatenção o que é muito frequentemente confundida com ao
síndrome de Irlen quenão são impulsivas,
elas têm mais dificuldades de coordenação motora e problemas cognitivos mais
sérios. No asperger, isso vem de maneira mais leve.
No
autismo, 5% das crianças têm altas habilidades, 40% apresentam intelecto normal
e 50% tem um retardo mental associado. Já o nível de inteligência em um
portador de asperger é normal.
Transição: Autismo – Asperger
Entretanto,
quando a intervenção é feita por profissional e de forma precoce, isso pode
fazer com que a criança se transfira do quadro do autismo
para o asperger. Vale lembrar que o asperger está dentro do
espectro do autismo, mas o detalhe é que o asperger não está incluído no
autismo clássico.
Outras diferenças
Uma diferença
pontual é que no autismo clássico há a ecolalia e no asperger, não. Uma criança
com asperger pode ter estereotipia, mas bem leve se comparado ao autismo: como
o gosto por alguma coisa (gostar muito de carro e, por isso, repetir o assunto
mesmo quando ninguém se referir ao tema). Diferente do asperger, o autismo
clássico pode apresentar síndromes associadas.
Intervenção necessária para uma vida satisfatória
A
adaptação da criança à vida social e escolar tem que ser assistida. Para isso,
é necessária uma intervenção psicossocial, intervenção no desenvolvimento e no
campo comportamental para que ela se adapte a um convívio satisfatório. A
criança com asperger é mais independente e consegue chegar aos lugares e
resolver situações previsíveis. Portanto, o tratamento é sempre a melhor saída.